quinta-feira, 25 de março de 2010

Charlotte

Serraria, sexta-feira, fim de festa. Eu e uma amiga estávamos nessa situação. Uma mais deprê que a outra, por diversos motivos que não cabe citar. Tá, cabe: gente feia, música ruim e falta de ânimo mesmo. Até que, para "alegrar" nossa noite, um cara vem falar comigo:
- Oi, como é seu nome?
- Charlotte.
- Charlotte? Que nome estranho...
- Estranho? Minha mãe se inspirou em um filme lindíssimo e você vem falar que é estranho? Que absurdo! Vou sair daqui.
- Não, desculpa. O Nome é lindo. Então Charlotte, o que você faz?
- Serviços Gerais.
- Na Uniplac?
- Não querido, Serviços Gerais mesmo. Eu só to esperando esse povo ir embora para fazer a limpeza do local. E que povinho mal-educado né? Olha o tanto de copos espalhados no chão!!
- e eu posso ficar aqui, para te ajudar então?
- Óbvio que não! É meu trabalho. Se você quiser realmente ajudar, poderia ir embora, assim, a festa acabava logo, eu terminava meu trabalho e ia dormir mais cedo. O que tu acha?

Não obtive resposta. Mal terminei de falar e o cara já estava looonge!! Antes que os excelentíssimos leitores pensem que eu sou uma malvada, que fico torturando os pobres e inocentes rapazes, irei explicar. Isso acontece esporadicamente: nos dias que eu acordo sarcástica, nos dias que eu acordo irônica e em dias... ops! Todos os dias! Brincadeirinha gentee!!!
É sério.

Sumir

Às vezes cansa ser a pessoa feliz. Mesmo estando triste, com vontade de sumir e não voltar tão cedo, tento manter um sorrisinho no rosto, para não preocupar quem me ama e não deixar transparecer fraqueza, para quem não gosta de mim.
Porém, chega um momento que fica insuportável. Não dá mais de aguentar, tenho que pôr tudo pra fora. Explodir? Brigar, gritar e chorar? Não, escrever. Esquecer.
O que eu mais queria era desaparecer. Com uma varinha mágica, pluft! A Amanda não é mais a Amanda, ela é uma mera desconhecida, expectadora de sua vida. Assistir tudo de camarote. Tentar descobrir como seria a vida das pessoas que convivem comigo sem mim, sem que eu nunca tenha existido. Tentar, desta forma, ver e rever meus erros, acertos e se tudo realmente "só acontece comigo". Descobrir quem eu sou e o que eu realmente quero. Não fazer minhas escolhas por comodismo ou por medo de decepcionar. Não ter tanto pânico do futuro, não pensar nele. Deixar que ele chegue de mansinho e vá organizando minha vida. Olhar para o passado e pensar: "como fui boba! Tudo era tão simples!" Corrigir meus defeitos. Não todos, mas aqueles que atormentam quem eu amo. Ser mais autêntica. Mais feliz - de verdade.


Caaaalma leitores, estou bem! Foi um surto melancólico que andou batendo, mas já passou. Às vezes me preocupo em postar essas historinhas mais tristinhas aqui, afinal, o que eu mais gosto é de ver a galera rindo quando visita o blog. Porém, ao mesmo tempo fico me sentindo "culpada" em não compartilhar alguns textos com vocês. Fico dividida. Tem vezes que opto por guardar tudo para mim. Mas hoje, como a "onda melancólica" passou por aqui, achei que deveria postar!!

domingo, 21 de março de 2010

Fred

Quando tinha uns 15, 16 anos, sempre ia para as festas com meu irmão. O acordo com nossos pais era claro: vocês ficarão o tempo todo juntos. Com ele, também era claro: te encontro às quatro e meia na saída.
Como minhas amigas também eram novinhas (novinhas? é... no meu tempo 16 anos era novinha!) sempre tinham que voltar da festa mais cedo e eu ficava lá, sozinha.
Nesse meio tempo das meninas irem embora e do meu irmão aparecer, eu aprendi a me virar. Cansei de ir para a frente do palco e ficar dançando (autismo?), ir ao banheiro e ficar treinando novos penteados e bater papo com seguranças. Mas a maneira mais eficiente para eu me distrair, sem dúvidas, foi o surgimento do Fred. Não, não o Alfredo Frederico, meu hamster (in memorian). O Fred, meu amigo/namorado imaginário.
Com o Fred, os fins de noite se tornavam inesquecíveis! Tá, mentira, continuavam a mesma coisa, afinal, teoricamente, eu continuava sozinha.

Há muitos anos, meu irmão me levou para o carnaval. Era no clube em que éramos sócios e minhas amigas iam, claro. O acordo foi feito, marcamos o horário em que deveríamos nos encontrar, porém, as meninas foram embora mais cedo do que eu imaginava. Nos despedimos e depois de dar voltinhas pelo salão tentando encontrar meu irmão ou meu primo, desisti e fui sentar. Encontrei uma mesa vaga, com duas cadeiras, uma para mim e outra para o Fred.
Enquanto eu estava distraída observando e me divertindo com o comportamento das pessoas no fim da festa, chega um menino:
- Oi, tá sozinha aí?
- Não, to com o Fred, tu não tá vendo?
- Fred? Onde?
- Aqui, do meu lado, não está vendo mesmo?
- Hã... não.
- Fred, meu namorado imaginário(indignadíssima). Dá oi pro Fred??
- Err... Oi Fred.
- Estende a mão pro Fred, deixa de ser mal-educado!
Neste momento, ele foi sentando na cadeira ao meu lado:
- NÃÃÃO!!!!! CUIDADO!
Levantou-se rapidamente, com uma cara de assustado hilária, que eu lembro até hoje!
- Cara! Tu tá maluco??? Quase sentou no colo do Fred!!!!!! Fred, meu querido, você está bem??? Tadinho, não sei porque as pessoas nunca te enxergam...
- Desculpa moça... bom, eu tenho que ir!
- Está bem!! Dá tchau pro Fred??

O cara simplesmente saiu, com uma cara de "a menina é maluca - medo". E eu fiquei lá, segurando o riso e aguardando a aparição do mano e do primo.

sábado, 13 de março de 2010

Genética

Estou de volta! Depois de décadas sem aparecer, finalmente retornei ao blog. Confesso que a criatividade anda em baixa, mas não poderia deixar meus digníssimos leitores (ainda existem?)tanto tempo sem novidades.
Falando em novidades, tenho muitas. Férias de verão, praia, pouco sol, pele extrememante branca, casa nova e início das aulas. Teria como ter tempo de escrever? Ok. Teria sim. Mas faltou criatividade. Na verdade, no meu período de praia sem praia e sem sol, escrevi uma única história, porém não pude publicá-la. Os motivos eram simples:
1. era extremamente pessoal
2. Os meu leitores TAVARES,K. e HERARTT, R. achariam muito de menininha. Para eles, eu sou o "Amandão, Meu Brother."

Na verdade, esse texto era pra ser bem do "Amandão, Meu Brother", falando sobre como uma garota deixou de ser lady no período de férias, com a ajuda de seu primo e seu irmão. Porém, caros leitores, achei que seria subestimar a inteligência de vocês descrever nossas conversas aqui!!!
***

Antes do Natal ainda, a empresa onde meu pai trabalha ofereceu um jantar de fim de ano. Tudo maravilhoso, lugar aconchegante e comida deliciosa.
Estávamos eu, minha mãe e meu irmão sentados à mesa, afinal, o pai estava ocupado recepcionando os convidados.
Conversávamos sobre várias coisas interessantes, até que chegou no assunto "a amanda é estranha". Tudo começou porque eu sou a única da minha casa que não consegue dobrar a língua (tipo uma "calhinha", sabe?)e sou canhota. Meu irmão até chegou a falar que a dobra da língua era um fator evolutivo, caso um dia não existam mais copos nem mãos, ele não vai ter problema em deglutir a água, sem que essa vá para seus pulmões(?).E o fato de ser canhota, nem se fala. Eles diziam que pessoas normais eram destras e por isso, tinham o cérebro mais desenvolvido (???). Sim canhotos do mundo: revoltem-se!
E o incrível é que tanto o gene para dobrar a língua quanto para ser canhoto, são recessivos. Segundo meu irmão, eu peguei todos os defeitos da família para mim. Na verdade, eu peguei todas as qualidades, pois sabemos que as pessoas canhotas são mais inteligentes, divertidas e criativas (ok, momento sem modéstia).
Voltando ao assunto, eu tive uma ótima idéia: criar uma geração nova, de pessoas que não dobram a língua e são canhotos! Será uma nova era, com pessoas incríveis!!! Portanto, pessoas que foram abençoadas com os genes recessivos, se unam! E assim, com certeza, DOMINAREMOS O MUNDO!! Afinal, quem precisa saber dobrar a língua?